terça-feira, 23 de junho de 2015

Ideias tentadoras! (Não estou a brincar às costureiras)

23.6.15
Há cerca de três anos que ando de volta dos "trapos". 
Acho que muitas pessoas pensam que fiz isto a vida toda, ou seja, que nunca tive um emprego a sério, desses que se vive atrás de um ecran e com um telefone na mão. Um emprego onde eu trabalhava 8 horas por dia a fingir que era uma mulher má e séria, a pedir dinheiro aos clientes e a adiar pagar aos fornecedores. 
Não falava disso aqui, assim como não falo de pormenores da minha vida. Eventualmente posso dizer uma graça dum filho, colocar uma fotografia, mas sim, acho que algumas coisas não são para expor. Quando leio blogues de outras pessoas das quais não conheço a realidade, também me parecem, tal como alguém já disse de mim, alguém inacessível. Depois um dia conhecemos essa pessoa pessoalmente, tomamos consciência de como a vida dela também não é perfeita, de como também é frágil, ou como uma dessas uma vez me confessou: é claro que não vou dizer no meu blog que choro quase todos os dias.
Quase todas as semanas recebo mensagens de pessoas que me admiram. Admiram a minha coragem. Admiram que faço o que gosto. Que luto. Admiram as ideias que tenho. Perguntam, como é possível que tenhas sempre tantas ideias. Esta semana, duas disseram que eu era a tentação delas.
É claro que gosto. Gosto que me admirem. Se eu for uma infeliz ninguém vai querer comprar o que faço. Mesmo que nalguns dias eu seja de facto, uma fraude.
Qual coragem? Eu fui despedida. Tenho dois filhos. Na minha idade, não vai ser fácil eu ter um emprego. E sim, tenho muitas ideias. Não sei de onde elas vem. As vezes sinto-me uma hiper-activa. As ideias não me vem duma tranquilidade ou duma genialidade. Não estou a saltitar pelo Ateliér de sorriso no rosto em câmara lenta; é mais uma espécie de frenesim, mesmo sentada, duma cabeça a andar à roda, de noite e de dia a pensar, MAS O QUÊ???? o que raio vou fazer que as mulheres queriam comprar hoje para meter comer na mesa Amanhã??? 
Porque eu não vou contar aqui o que a crise fez à minha vida. Não é preciso. A crise fez isso à vida das pessoas no geral. Nem vou contar, mas posso dar um lamiré, dos altos e baixos que tem o meu humor bailarino. 
E sim, como a maior parte dos artistas, tenho dias, ou horas ou momentos em que sou sorridente e bem disposta, para quando fecho a porta que me separa das pessoas lá fora, ter de abrir os braços para impedir as paredes de se fecharem sobre as minhas ideias.
As minhas ideias, gosto de pensar que vem das coisas que vivo, ou vivi, do Olá do vizinho do bairro, do gesto bonito que alguém teve, das flores da praça, e, essencialmente de ter passado anos do outro lado, a comprar coisas na internet porque tinha dinheiro. 
Eu sei o que eu gostava de comprar, e faço. 
O meu trabalho ainda ê atender clientes. E gosto. Mas alguns clientes ainda não me levam a sério. Acham que estou a brincar. Acham que estou como quero. Algums acham até que não preciso trabalhar. Mas ser a tua tentação dá trabalho. Adivinhar o que te vai fazer querer, em que cor.
Faço para ser a tua tentação. Porque se não for a tua tentação, na minha casa não há PÃO!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

4! Viva tu!

17.6.15
Há 4 anos e 9 meses começou esta aventura chamada Alice. E sim, é claro que todas as mães ficam felizes nos aniversários das suas filhas ou filhos, mas, este não é um POST sobre isso.
Este é um post sobre outras coisas.
Eu nunca pensei em ser mãe antes. Antes de decidir aos 34 anos que ia tentar. E aos 35 tive o primeiro. Diziam que era tarde. 
Quando engravidei aos 42, já não diziam que era tarde. Diziam que era uma loucura. Que eu seria não mãe, mas avó. As vezes ao invés de darem os parabéns perguntavam se eu já tinha a certeza que ela não era deficiente, entre outras coisas que fazem abanar qualquer segurança.
Na segunda ecografia, o médico informou-me que o rastreio indicava 80 e muitos por cento de probalidade dela ser deficiente. E sim, foi um dia louco, um dia de chorar, um dia de gritar ao médico e à amiga e aí a minha vida. Até que de repente parei para me lembrar que o rastreio é apenas uma estatística. E depois disse que não faria mais exames nem arriscaria a vida de um bebê. E foi nesse dia, nesse dia que começou verdadeiramente a aventura.
Todos os bebês são uma surpresa. Todos são uma loucura. Se não fossemos todos loucos, ninguém nos dias de hoje engravidaria, teria filhos. A vida é, toda ela frágil. Até ao dia do nascimento, ninguém sabe o que pode acontecer. Depois do dia do nascimento, só uma coisa é verdadeiramente certa, para mim, para ti. 
Não vamos viver porque não sabemos o dia de amanhã?
Muitas mulheres me perguntam como foi, ser mãe aos 42. Algumas têm medo de arriscar. Mas, ser mãe aos 40 e... Ê como ser mãe noutra idade qualquer, não tive nem mais nem menos paciência, tive sim, mais tranquilidade. Mais certeza, menos ralar-me com tudo o que as pessoas dizem sobre o teu modo de criar o teu filho. Ser mãe ou ser pai, não tem uma idade certa. 
Hoje é o dia dela. Hoje ela faz 4 anos. Nasceu de um parto sem dor, de um parto tranquilo, de olho aberto, duma mãe informada,  nasceu uma filha acordada sem choro. E sim, eu tinha já idade para ser a avó dela, aos 42 anos. Mas não sou. Não sou a avó dela, sou a mãe. E não vou dizer que não sou louca, mas ser louca tem dias, é mesmo bom
E ela? Olha para ela, tu que tiveste tanto medo. Não fosse perfeita, seria.
Viva Tu Alice, viva TU!

sábado, 13 de junho de 2015

Novidades na loja!

13.6.15
Este teçido Nani Iro estava guardado para fazer uma peça especial.
É um tamanho M e está disponível na loja online, ou, se quiseres, podes enviar-me um email. Custa 40€ mais portes e é peça única.
Aproveitei para actualizar a loja, que bem precisava.
Aproveita para espreitar e das-me a tua opinião! 


domingo, 7 de junho de 2015

Os meus vizinhos.

7.6.15

Não sei há quanto tempo chegaram. Lembro-me de de repente sentir falar italiano no andar de cima, e de isso me fazer sorrir. É quase uma espécie de zona de conforto, mesmo que não ouça o que estão a dizer, ou entenda. Penso que nunca comentei aqui, mas eu cresci num bairro onde quase só viviam italianos, logo, a minha infância foi passada a brincar com a Consolata, o 
Vincenzo, o Bruno. As mães deles gritavam "madonna achiropita" por tudo e por nada, até quando lhe corria mal a bela lasagnha que ela fazia com a maior destreza, debaixo do meu olhar atento, desde a massa ás pequenas almôndegas deliciosas. Isto no tempo em que se podia conhecer os vizinhos. Entrar na casa deles, partilhar as saudades da bela Itália, correr e brincar na rua saber coisas deles sem ser considerado uma intrusão,
Hoje não, hoje passamos pelos vizinhos e é uma sorte dizer bom dia ou boa tarde. Perguntamos "tudo bem", mas na realidade não queremos saber se está tudo bem, ou temos medo que as pessoas levam a mal. 
Pois estes vizinhos chegaram, houve um que me perguntou uma vez onde podia alugar uma bicicleta, e   acho que até já estiverem lá outros e foram embora e eu nunca fixei a cara deles. Eram apenas uns "miúdos" que estavam a fazer Erasmus e pronto, a beber copos, imaginei eu.
Enquanto costuro, no meio do zum-zum da máquina, às vezes sinto vozes na rua, vozes de raparigas que dizem, é aqui, é aqui que moram os italianos, e dá-me vontade de rir. Mas hoje não. Hoje vou contar-vos. 
É aqui! É aqui que moram os italianos. Porque finalmente alguém me contou o que os italianos fazem, e olha, é mesmo fixe! Tive de pesquisar na net. E depois até enviei uma mensagem privada. Porque eles se calhar até bebem copos, mas FAZEM uns copos que dão mesmo vontade de beber copos! 
E sabes, eu não sei o que o que os teus vizinhos fazem. Podia dizer nem sei nem quero saber, mas, e se fazem também alguma coisa que vale a pena conhecer? Afinal de contas, tantas pessoas que se vão embora, vão viver para outro lugar e fazer coisas bonitas que podiam fazer aqui se tivessem outras condições, mas ainda há pessoas que acham que vale a pena ficar aqui. Gosto disso.
Cuscar é muito feio, nem precisas de contar a ninguém se não quiseres, mas, se eu fosse a ti, ía espreitar aqui nesta janela (www.ositalianosdesign.com) via o que os meus vizinhos andam a fazer. Vais ver que é tão fixe que vais querer partilhar e comprar. 
Mais, no outro dia tirei estas fotos e disse: saúde! 
Alguém respondeu que antes queria brindar com o copo cheio. Pessoalmente acho que o copo já está cheio.
Se não consegues ver tudo o que tem dentro, é porque não vês lá muito bem!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Salta!

5.6.15
É já amanhã e não podes faltar. Bora lá dar um salto à Praça das Flores e estar conosco no Trampolim, que estive todo este tempo a fazer quadrados, agora temos de ver se a carapuça serve!